segunda-feira, 29 de junho de 2009

Procura-se um amor


Procura-se um amor

Procuro por um amor... Não aquele que me complete, mas aquele que me some, que me acrescente... Procuro por um amor que, de longe, é lindo, e que de perto parece estar mais longe ainda... Procuro por um amor sensato, delicado, compreensivo... Pode ser gordo, magro, alto, baixo, feio, bonito, mas que tenha um bom papo quando estivermos sentados numa manhã de domingo à beira mar, relembrando o primeiro beijo... Procuro por um amor que me interprete bem quando que queira ficar só, que me acompanhe quando eu me levantar e precisar seguir adiante... Procuro por um amor que não jogue na minha cara coisas passadas, que admire meus gostos e faça por onde estar comigo... Procuro por um amor na qual eu possa ligar e dizer que “eu te amo incondicionalmente”, ou até mesmo pra ligar e dizer “continuo a te amar sempre”... Não há espaços pra uma discórdia... Pra que? O amor que procuro tem que ser digno de muita amizade e cumplicidade, e que o amor recebido seja recíproco... Continuo a procurar por esse amor. Ele tem que ter ciúmes, ele tem que ter afeto, ele tem que ter dedicação, confiança, fidelidade... Tem que ser carinhoso, tem que ser atencioso, tem que ser caloroso! Tem que ser um amor de verdade, não aqueles que vêm e sem esperar, vão... Vão sem nem mesmo dizer o motivo, sem nem mesmo dá tempo de apresentar a nota fiscal e garantia... E o amor... Amor... Onde você está?

Quando eu o encontrar, espero que

ninguém me acorde por tão

cedo...



Foto e texto: Thiago Maia

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P.S.: escrevendo e escutando Zeca Baleiro... Nada nal não é mesmo?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Psiu... O que fazes?


Psiu... O que fazes?

E certo dia desses estava entediado de uma forma perversa que nada me fazia reagir. Opa, nada não! Fotografia é uma perfeição pra fazer com que essa 'depressão pós parto' vá embora. E assim fui tentar me animar em uma tarde de sábado de uma cidade interiorana. Bem difícil arrumar um programa que te faça largar a noção de tempo capitalista hoje em dia. Tudo é pago! Enfim, fazer o que né? Posso eu mudar o mundo? Talvez... Acho que nessa tarde aparentemente inexpressiva, uma simples atitude mudou o modo de ver de pelo menos duas pessoas... Eu e a senhora da foto acima! Convidei o Vinicius, amigão, e que fotografa muito bem, pra irmos nesse passeio pela cidade em busca de cenas para nossas queridas câmeras. Lá pelas quantas resolvemos passar em frente ao abrigo dos velhos, como é chamado o asilo para idosos aqui [e creio que em muitos lugares] e como estava no horário em que os ocupantes do local tomavam sol, resolvemos parar e clicar um pouco do cotidiano deles. Fotos pra cá e pra lá, comentários, muitos curiosos observando e nos chamando de lerdos [o povo não tem ainda o hábito de ver alguém fotografar, acham logo que é fotojornalismo ou pra sites de festas, mas em breve esse quadro mudará], e de repente uma das senhoras que estava a tomar sol vem até onde eu estava, perto do muro que a altura era a mesma da minha cintura, e me pergunta o que eu estava a fazer... Respondi a ela que eu tinha como hobby fotografar e que havia achado interessante o momento em que estávamos e resolvi registrar aquilo pra mim. Fui mostrar algumas fotos pra ela e a surpresa foi tamanha: ela nunca tinha se visto em uma câmera digital! Claro, isso não é o fim do mundo, já que nem todos têm acesso à tecnologia, mas é que pra mim aquilo foi tão gratificante. Ela ficou felicíssima em se ver na fotografia, e a partir desse simples gesto mudaram-se tantas coisas em minha vida... Passei a dar bem mais valor a coisas cotidianas, a fatos banais, a situações que pra mim antes seriam desinteressantes e supérfluas. Olhei pra fisionomia dela inúmeras vezes imaginando a quantidade de histórias contida naquele rosto enrugado, sofrido pelo sol e pelo tempo... Olhei no fundo dos olhos dela buscando decifrar os enigmas contidos na vastidão daquele pensamento transmitido através de uma retina úmida e cristalina... Absorvi apenas uma ingratidão por parte de quem ela tanto amou e cuidou por toda uma vida e agora a abandonou em um local não digno de um fim de vida...


Texto: Thiago Maia
Foto: Vinicius Lima
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www.flickr.com/vieclara

terça-feira, 23 de junho de 2009

És o tudo


És o tudo

Ai olhei pro lado e vi
Vi que do nada vem o tudo, entretanto

Tanto que se pego e não me apego

Ego forte se torna fraco

Fraco ego se transforma em um nada
E do nada recomeça o tudo...

Tenho medo do tal do nada

No vazio me faz forte

Na fortaleza... Me faz fracassar

Do tudo que possuo hoje

Nada tenho em minha vida


Mas tudo que tenho, eis a questão
De nada reclamo do tudo que tenho

Posso até buscar ir além
Porém és a dádiva da minha vida


O olhar que diz tudo, pega-me

Deixe que o nada nos permita

E que valer a pena, eu faço

O nada que te pertence

É justamente o tudo que me completa


Tú és o tudo do meu nada



Texto e foto: Thiago Maia
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domingo, 21 de junho de 2009

Oba, lá ainda vem ela..


Oba, lá ainda vem ela...


“Enquadre-se nessas três palavras: você me perdeu”. E depois de certo tempo percebo que as verdadeiras atitudes são aquelas que nos deixam simplesmente boquiabertos. E percebo também que as pessoas realmente sinceras são aquelas capazes de te perdoar por atos imperdoáveis, de te admirar mesmo após atos medíocres, de ter receio de um reencontro, mas mesmo assim querer que este se realize... Percebo que poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons, e que a felicidade pode está tão mais próximo do que possamos imaginar, batendo à nossa porta, mas mesmo assim inventamos uma ‘viagem’ para tentar buscá-la em outro cotidiano. Olho para trás e confirmo que, como diria François Jacob: “Nada é tão perigoso quanto a certeza de ter a razão”. Talvez esse tenha sido o grande erro cometido pela minha pessoa, a percepção de que o que é pra ser feito, tem que ser bem feito, mas que nem foi o respectivo caso... Mas poderia ter sido uma lição de vida, e das mais bem sucedidas! A experiência dos erros é tão fundamental quanto a dos acertos, todo aprendizado na vida passa pela experiência dos erros... Nunca troque o certo pelo duvidoso, isso é fato! Mas percebo que poderemos recomeçar agora e fazer um novo fim. Para isso, conte-me seus anseios, mostre-me suas virtudes, envolva-me... Pois dessa vez eu faço valer a pena! O interessante é que a árvore não nega sua sombra nem ao próprio lenhador, e quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado também é feito de madeira... E foi dessa forma que fui tratado durante o referido período. Apesar dos pesares, em momento algum fui tratado de maneira indiferente, sarcástica... Percebo assim que, por mais voltas que o mundo dê, por maior que ele seja, sempre retornaremos a princípios que regem nossa permanência nesse deplorável mundo de dementes! E que temos sempre que preservar conceitos que nos firmam como seres humanos, e fazer com que tais conceitos passem a guiar os pensamentos e que as atitudes passem a serem convenientes com os sentimentos. E de repente estamos aqui novamente! Diante de mim existem duas estradas, e pretendo escolher a menos percorrida, pois, com certeza, isso fará toda a diferença! E dessa vez já vesti minha armadura e estou pronto pra o combate, pronto pra enfrentar os desafios, estes que podem ser degraus ou obstáculos, é só uma questão de com enfrentá-los! “Meu Problema”. Dessa forma eloqüente lhe chamei por um longo período, mas como a melhor forma de prever o futuro é inventá-lo, pretendo chamar-te de “Minha Dádiva”, o que para isso dependerá diretamente mais do seu querer do que da minha vontade. E no fim, tudo dá certo! A felicidade sempre procura um ótimo final pra todas as histórias! Queres fazer parte da minha? Simples! Seja sempre assim, cheia de virtudes que só te engrandecem, cativante, amável, meiga, sincera... Estás no caminho certo, mas mesmo assim, será atropelada se ficares apenas sentada nela! E esse fato não é mais pertinente a tal situação, não é o que se pretende para o futuro. Aquele que tentou e nada conseguiu é superior àquele que nada tentou, e é pensando dessa forma que vou à busca do meu objetivo, e você faz parte dele, saiba disso desde já! E quem sabe descubro que além de anjo, você pode ser um grande amor!



Texto e foto: Thiago Maia

sábado, 20 de junho de 2009

Amor já!



Amor já!


Certo dia, observando os nick’s do mensageiro instantâneo MSN, percebi uma frase que me chamou bastante atenção. Ela dizia o seguinte: “Por que será que o ‘eu te amo’ está sendo usado como ‘bom dia’?”. Passei algum tempo refletindo sobre isso, sobre o que a pessoa em questão queria repassar com a mensagem, sobre o que realmente ela pensava a respeito de uma atitude tão sincera, espontânea e extremamente fundamental: amar.

Dizem que a história não se cria, ela apenas se repete ao longo dos tempos. Seguindo essa sina, estamos mais uma vez a beira do caos, pra ser BEM modesto! Presenciamos uma humanidade cada vez mais irracional, perversa, hipócrita, que se diz preocupada com o futuro sem nem mesmo dá o devido valor ao presente. Creio que se faz necessário uma fé maior na vida, uma maior confiança nas palavras da bíblia, nas mensagens de vida que ela demonstra em seus textos. Talvez estejamos precisando nos apegar com mais freqüência aos seus ensinamentos, não só lendo, mas também refletindo e pondo em prática os mesmos. Como o assunto em questão é o amor, em Coríntios, capítulo 13, trata exatamente da importância desse sentimento para o bem da humanidade. Eis aqui três pequenos trechos:

“Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.”

“Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”

É preciso ser desmistificada a idéia de amor somente como o ocorrido entre duas pessoas do sexo oposto, com finalidade de formação familiar. O amor é muito mais que isso, é muito mais complexo e muito mais simples, simultaneamente. O amor precisa ser expresso entre seus AMIGOS, entre seus familiares... Seja rápido, acorde e diga a todos que você acha que deve que os ama, pois haverá um momento que não terás mais essa oportunidade e este alguém viverá eternamente sem saber que era alvo de tal sentimento. É o amor que te dá forças pra continuar a lutar, a viver, a superar as dificuldades, a perdoar, a acolher, a se doar ao próximo sem exigir absolutamente nada em troca, porque o amor é puro, é límpido, transparente e inestimável. É o amor pela vida, pelo outro, que faz você agradecer pela dádiva da vida, quando anoitece, e pedir aos céus que te ilumine durante todo o dia, quando amanhece, pois sua missão na Terra é muito multiplicar o amor e dividir as tristezas.

Percebe-se a necessidade de mais amor... Vemos nos noticiários fatos alarmantes, assustadores, cenas de extrema crueldade, filhos matando pais, pais estuprando filhas... Escancara-se a prioridade dada aos bens materiais e o abandono em massa dos seres humanos sendo confundidos com lixo ou com animais selvagens, criando um abismo que cresce em progressão geométrica para um lado nada digno de uma sociedade utópica. Não há uma ajuda mútua, um sentimento de perseverança que une os humanos a fim de tornar todos conscientes de seus deveres e direitos perante a sociedade. O amor seria o pivô dessa reformulação na qual todos sairiam como vencedores.

Por isso aconselho a você, todo o santo dia, a olhar no fundo dos olhos de quem você realmente gosta, respirar fundo e dizer com toda a força proveniente de sua alma: EU TE AMO! Não se sinta intimidado, no fundo todos têm essa vontade, mas sofrem certa repressão da sociedade mecanicista e desprovida de sentimentos verdadeiros. E seria simplesmente perfeito se os “bom dia” fossem substituídos por “eu te amo”. Dessa forma, seria incluso em três palavras tudo que é especial pra que possamos progredir constantemente como seres humanos. Lembram das campanhas políticas da década de 1980, que pregavam a escolha dos políticos através de votos, movimento denominado “Diretas já!”? Pois...

Decreto aberta a campanha pela

vida denominada AMOR JÁ!


Texto e foto: Thiago Maia

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Alguém me explica: “O que eu fiz?”


Alguém me explica: “O que eu fiz?”

AH! O quanto eu era feliz... Eu adorava a minha família, mesmo passando a maior parte do tempo com a minha madrasta. Ela poderia muito bem suprir algumas funcionalidades da minha mãe biológica, mas acontece que demonstrava uma raiva muito aguçada por esta, sentimento esse esboçado e atenuado por um outro que, se não controlado em suas devidas proporções, se torna doentio e destrutivo: o ciúme. Meu pai aparentava ser uma pessoa legal, amistosa, amável, que poderia ajudar-me a construir um futuro estável e feliz. Mas parece que sua sina mudou quando ele ameaçou minha mãe e minha avó de morte. Seja lá o que elas tivessem feito, não é uma atitude nada humana insinuar roubar uma vida, uma dádiva que Deus atribuiu aos seres mortais, através de toda a sua glória! Kalled Hosseini, em seu livro “O Caçador de Pipas”, diz que o único pecado existente é roubar. Quando você mente, rouba o direito de alguém de saber a verdade, quando você mata, rouba o direito de alguém viver, de participar do convívio pacífico nesse mudo tão belo e complexo. Sendo assim, meu pai poderia até não cometer tal pecado, mas teria no mínimo, alguma intenção acomodada no seu obscuro e conturbado “eu”. Mas no fim, ele teria tal coragem... Infelizmente... Saímos pra ir à rua, aparentemente um dia normal, com suas turbulências e contradições, descontração e familiaridade. Fomos a vários lugares, eu, meu pai, minha madrasta e meu irmão, Pietro. Tudo estava se apresentando de uma maneira cotidiana, como já havia sido diversa outras vezes. Mas na volta pra casa algo acontece de errado. De repente sinto uma pancada... Sangue... Discussão... Fico confusa, atordoada, perplexa, desacordada... Volto a si, já dentro do apartamento, sangue, bate boca, fico imaginando que se vizinhos estejam escutando, o bate boca prossegue, gritos... Eu grito, peço socorro, ninguém atende... Minha vista escurece, estou sendo asfixiada... Desmaio... A mais cruel de todas as atitudes está prestes a ser cometida. A rede da varanda é rasgada. MEU DEUS!!! Meu pai, que me colocou no mundo, agora está pretendendo me retirar dele, e sem nem avisar o porquê e nem pedir licença! Hilário, não??? Sou lançada do 6º andar do prédio onde morava. Alguns segundos de queda livre e dentre essa fração de tempo passa um filme em minha cabeça. Um curta metragem, já que estou pra morrer prestes a completar 6 anos de idade. Lembro de minha mãe... Ah, minha mãe... Nem terei tempo pra te dar um beijo, fazer um carinho, um cafuné, dizer que te amo... Minha mãe não tem nada a ver com isso [e nem eu tenho], mas será a pessoa que mais sofrerá. Meu s amigos da escola, a peça teatral que apresentei, meus tios, avós, primos, amigos... Todo mundo vai sentir minha falta... Com certeza. Não deu tempo pra pensar mais. Caio em um coqueiro antes de me esbarrar com toda a força no gramado no jardim. Estou morta! Fim de uma vida, vida essa que poderia ser bastante próspera, cheia de realizações e muito feliz... Fico a me perguntar dezenas de coisas: como meu pai está se sentindo? Será que vão descobrir? E a pergunta que não quer calar:

ALGUÉM ME EXPLICA O QUE EU FIZ?


por Isabella Nardoni


Texto e foto: Thiago Maia
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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Lá vem ela... Lá vai ela!!!


Lá vem ela... Lá vai ela!!!

Linda, andar sensual, doce e leve como a mais bela das brisas matinais, olhar cativante, profundo e enigmático, como o mais profundo dos oceanos... Seus cabelos soltos e lisos destacam-se na melhor das melhores lembranças retidas e marcantes e impressas e vislumbrantes e fascinantes... Sua pele macia como a mais pura das sedas e branca como a mais límpida das nuvens dos céus de todo o mundo... Provocante... Seus lábios cor de rosa, atiçam os desejos localizado no interior do mais longínquo sub consciente, despertando sentimentos adormecidos pelo cansaço demasiado de experiências frustrantes e traumáticas... Mas lá vem ela, em minha direção! E agora, o que eu faço? Simplesmente, nada! Aprecie, desfrute, observe, enlouqueça, pereça, deseje, almeje... Espere... A delicadeza e a suavidade de sua voz é absolutamente apaixontante e instigante e meiga e sensível... Ela chega e me encanta, por completo... Conversas, risos, elogios, diretas, indiretas, política, religião, cultura, diretas, indiretas, música, dança, folclore, festas, indiretas, diretas! Os olhares se cruzam... Me perco na beleza daquelas tonalidades claras e viajo na amplitude da intensidade oculta nas vertentes imaginárias... "Quero Você!!!"... Em instantes, os olhares se normalizam, a fascinação se torna vontade, querer, proteção, carinho, segurança... Conversas... Sua proximidade só me deixa encantado, obsoleto às suas virtudes de bela adormecida à procura de um cavaleiro ressuscitador do afeto, do desejo mútuo, do viver no país das maravilhas e de lá não sair mais, do amor... Continuo a olhar e estes se cruzam mais uma vez, como se isso fosse uma atitude premeditada, combinada, marcada, influenciada, desejada, querida, explícita, realizada... Sinto que sou correspondido, ou pelo menos o interesse é momentâneo é verídico é intenso... "Quero Você!!!"... E que assim seja até que a vontade nos separe... Andamos, conversamos, nos distraímos, eu pego em seu braço e você não cria nenhum tipo de resistência... Chega a hora do grande momento! PERFEITO! Uma única palavra pra explicar todo um contexto! Todos os meus anseios foram extintos, todas as minhas imaginações saciadas e todas as minhas deduções, confirmadas! "Quero mais..." E tenho esse mais! Não sei exatamente por quanto tempo ainda, mas tenho! Esse pensamento me dá sensação de perda, e essa perda será conseqüência de uma desmotivação de algum dos dois... Espero que essa hipótese não se concretize, apesar dos pesares! Camões utilizaria de seus poemas pra ilustrar o momento: "Amor é fogo que arde sem se ver..." Ou Shakespeare recorreria a uma versão moderna do clássico "Romeu e Julieta", com o diferencial sendo a própria Julieta desistindo do romance, e sua família permitindo tudo! É, quem sabe não seria válido abdicar de seus reais sentimentos pra fazer uma mesma pessoa feliz? Cômico, não??? Mas é fato, e assim a vida prossegue e quando vc perceber que o que fiz foi preciso e pra seu bem, não tenha tanta certeza de que te quero, como no princípio, e dependendo do contexto, se enquadre nas três palavras seguintes: você me perdeu!


Foto e texto: Thiago Maia
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Palavras... Ao vento...


Palavras... Ao vento...



E do nada vem um lobo mal e derruba sua humilde casinha com um simples sopro... É mais ou menos assim que funciona o jogo da vida. Engraçado, jogos de azar são proibidos, não é mesmo? Menos esse... Talvez porque tenha algo de surreal no submundo desse enigmático esquema de interatividade, na qual somos lançados à mercê de dificuldades e alegrias. Como diria o William Shakespeare, “choramos ao nascer porque chegamos a esse imenso mundo de dementes”. Quem sabe não está aí a explicação para dezenas de dúvidas que insistem em deixar atordoada uma parcela da humanidade que iremos considerar uns 99,99%! Os outros 0,01% é a quantidade que não se importa de forma alguma com o que está acontecendo com suas vidas, e muito menos considerando o contexto global em que estão inseridos!
Em muitos momentos de nossas vidas procuramos sempre agradar a alguém, fazer com que certa pessoa sinta orgulho de nossos gestos e atitudes. Fazemos tudo da melhor maneira possível (talvez aí, o erro!), procuramos está aptos a corresponder com o melhor desempenho, mas quase nunca dá certo (e quando dá, não somos devidamente reconhecidos). Querendo ou não, vivemos do nosso ego e ele precisa ser alimentado (e podado também!) cotidianamente, fazendo com que tenhamos atitudes cada vez mais condizentes e proporcionais ao que foi realizado. As críticas, as repressões, os exemplos são muito bem vindos, pois influenciarão diretamente (não são determinantes!) na formação do caráter e da personalidade do indivíduo. Mas é fundamental saber a forma que será efetuada a abordagem educacional e, principalmente, como as palavras serão utilizadas para concluir tal processo. Na mesma intensidade que as palavras podem te elevar as nuvens, elas podem te jogar no fundo do poço. Elas têm o poder de ferir profundamente, de magoar muito a quem for direcionada. Daí a cautela quando for utilizada alguma forma de expressão verbal.
As palavras têm a essência natural de manipulação, seja este para uma boa ou má causa. Quando se é para uma boa causa, o sentimento transmitido passa a ser algo único, confortável, recompensador, prazeroso, capaz de transformar simples ocasiões em momentos perfeitos. São nesses momentos que se torna perceptível a magnitude da força expressiva, capaz de ser repassada apenas com um olhar ou com um sorriso. Mas, como tudo na vida tem dois lados, quando utilizada de maneira errônea, palavras são capazes de difamar, de humilhar, de entristecer, de destruir... Este lado é mais fácil de vir à tona, é mais vulnerável, pois estamos habituados viver em um mundo repleto de males, facilitando a emergência desse lado negro das expressões!
Uma relação, seja ela de amizade ou familiar, pode ser afetada de forma drástica e muitos anos de confiança e dedicação podem ir por água abaixo apenas pela colocação errada de uma palavra ou expressão. Portanto, utilize todas as pedras que encontrar no seu caminho (pedras no caminho podem ser preciosas, preste atenção!) para construir sua fortaleza e não deixe que um cavalo de tróia faça ruir o que anos e anos de cumplicidade e perseverança construíram.

E lembre-se:
a pior de todas as atitudes não foi aquela que não foi feita, mas aquela que não foi concluída!



Texto e foto: Thiago Maia
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terça-feira, 16 de junho de 2009

Faces da Globalização


Faces da Globalização


O mundo contemporâneo em que estamos inseridos é resultado de uma evolução contínua na busca pelo conhecimento. A simples informação não é caracterizada como um propulsor: é necessário transformá-la em conhecimento e apresentá-la na sociedade de modo que este contribua plenamente para a concretização de um processo de informatização.
Tal processo de informatização se deu a partir da necessidade constante de um mercado caracterizado pelo consumo e pela busca incessante do lucro. Os “motores” impulsionadores da economia nos meados do século XVIII, tido como independentes e com influência própria, foram substituídos no século XX por um único motor que passou a direcionar toda a atenção para um único objetivo: a mais-valia. Um exemplo claro e coerente da mais-valia é a concorrência entre as empresas. Há uma competição constante e cruel em busca do status superior. Para que esse processo ocorra, é estimulada a produção de técnicas e produtos que serão utilizados a fim de uma expansão do mercado consumidor e, consequentemente, do crescimento empresarial.
A acumulação de conhecimento propiciou a criação de um processo que po
de ser considerado o ápice do capitalismo: a globalização. Esse termo foi derivado da idéia de que tudo e todos estariam diretamente ou indiretamente inter-relacionados na esfera terrestre. A visão da globalização pode ser entendida de três formas distintas: como fábula, como perversidade e como uma nova globalização. A globalização como fábula é essa pela qual somos apresentados: uma integração de todo o planeta, onde a informação pode ser difundida rapidamente, favorecendo as classes em geral. Sabemos que ela não se apresenta dessa maneira, pois as informações não estão ao alcance de todos e, ocorrendo dessa forma, há uma integração de interesses globais por parte das classes detentoras dos meios de produção e prestação de serviço, e uma crescente desestruturação local por parte da sociedade desinformada. Outra fábula exposta é uma suposta falência estatal, em detrimento dos problemas sociais. Sabe-se que o Estado se fortalece cada vez mais em decorrência dos interesses vigentes de empresas multinacionais. Essas fábulas aparecem tanto no cotidiano que fazem com que acreditemos que realmente a globalização é benéfica em sua plenitude. A globalização tida como perversidade é a que estamos vivendo, com um grande alargamento dos “abismos” entre uma classe dita como dominante e uma dita dominada, a busca de interesses próprios, a proliferação de doenças e o re-surgimento de outras apresentadas anteriormente como extintas e um agravamento dos problemas sociais em geral. Por fim, a criação de uma globalização utilizando a unicidade das técnicas, a convergência de momentos e a cognoscibilidade do planeta para outros fins que tornaria a sociedade mais justa.
Nenhum outro período histórico possibilitou um conhecimento amplo do planeta como esse que estamos vivenciando. Podemos estabelecer conexões mundiais no mesmo instante, o que caracteriza a convergência de momentos. Esse processo foi facilitado pelo progresso da informatização, como a cibernética e a computação. Empresas multinacionais instalam filiais em diversos países do mundo e podem exercer um controle sobre produção em tempo real.

A unicidade das técnicas se caracteriza pelo surgimento e aglomeração de meios que são utilizados em um determinado momento histórico. As técnicas nunca se apresentam a sós; são sempre apresentadas em famílias e o surgimento de um novo conjunto de técnicas não faz com que os outros desapareçam. Eles apenas serão utilizados por atores que não possuem tanta influência na sociedade.

O contexto concernente à globalização teoricamente ilude o indivíduo a participar de uma sociedade interligada, onde o fluxo de conhecimento e idéias só viriam a servir de propulsor de uma sociedade justa e igualitária. Contudo, a mundialização da informação distorce ainda mais os contrastes sociais e aliena cada vez mais os indivíduos ao consumo e ao paradigma da “inércia social”, os deixando cada vez mais longe de um verdadeiro status de cidadão.


Texto e foto: Thiago Maia

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