segunda-feira, 26 de abril de 2010

Você sabe pra quem escrevo




Petrolina, 26 de abril de 2010


Você sabe pra quem escrevo


Temo que as coisas não voltem a ser como antes. É insuportavelmente chato conviver com essa ideia, que a cada dia bate seu cartão e se torna efetivamente mais concreta. Recordo de tempos não tão distantes, tempos em que a noite e o dia irradiavam alegria e prazer, exalavam o perfume do amor e omitia o odor da indiferença.

Enfraquece-me a percepção de que sonhos tão intensamente planejados se dissipem, tornem-se apenas meros pensamentos superficiais que assolam um coração cansado de apanhar, mas que ainda bate em função de um outrem. Há um medo que pode ser considerado prematuro, mas que ao mesmo tempo rege a orquestra do desejo, vislumbrando sempre uma perfeita harmonia.

Muita coisa, ou TUDO, muda, isso é fato, e irremediável. Tais mudanças seguem a sina do melhor ou do pior. Eis toda a questão: por que motivo a opção do pior prevalece sobre uma história tão bela? Ou será que bela era a ilusão na qual partilhamos durante todo esse ‘glorioso’ tempo?

Olha só aquela estrela lá no céu... Será que tem alguém morando nela? Será que ela aceitaria dois inquilinos em lua de mel? SIM, aceitaria! Basta que as coisas aqui por baixo se resolvam da melhor maneira possível. Tentarei fazer a minha parte [se é que existem partes distintas em pensamentos tão únicos e fumegantes].

Não deixemos que essa chama seja apagada com um simples assopro... Façamos que ela seja atiçada, como uma fogueira que queima ardentemente, fazendo com que os malefícios e transtornos passados se extingam e que das cinzas ressurja o amor, como a Fênix, esbaldando a felicidade, transparecendo o vigor da maturidade requerida para tal momento.

Primo que em breve as coisas retornarão aos seus devidos lugares, onde, por sinal, nunca deveriam ter saído. Enquanto esse momento não é desfrutado, fico aqui, cultivando esperanças de que retomemos aquelas longas e sorridentes conversas que tanto deixavam meus dias, e noites, mais cativantes!

Enfim, temo que as coisas não voltem a ser como antes... Mas também sei que um rabisco não é apagado facilmente dos pergaminhos da minha existência...


Texto e foto: Thiago Maia

Mais fotos em: www.flickr.com/thyagumayah