segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Amizades virtuais



Amizades virtuais


E nesse mundo tão interconectado em todos os aspectos é impossível que não surja uma forma de aproximação mais efetiva. Chega um momento em que passamos a ter a certeza de que os amigos, de verdade, são como estrelas: não as vemos constantemente, mas sabemos que elas existem. E o que seria mias importante do que fazer novos amigos? Conservar os velhos, claro! Mas pra existir bons e velhos amigos é fundamental conhecer pessoas. Inúmeras são as possibilidades de iniciar uma amizade: colégio, universidade, festas, na rua, comércio, igreja, enfim, qualquer ambiente em que haja fluxo de pessoas e, se possível, que compartilhe dos mesmos interesses. Nada melhor do que uma reunião com aqueles amigos que você ama de coração, aqueles que você ‘mata e morre’, enfrenta o mundo com apenas um argumento em mãos: ‘sou seu amigo e não abro por nada!’. É isso que te faz adormecer e amanhecer tranqüilo, olhar para o horizonte, arregaçar as mangas e partir pro ataque. As amizades de verdade são análogas à família, onde você pode contar com ambas em todas as ocasionalidades. Mas a intenção primordial é caracterizar o que tamanha globalização é capaz de fazer com as amizades. Distanciar? Creio que só se esse for o propósito de algumas das partes relacionadas. Aproxima! Isso é fato! n formas de manter um contato interpessoal: mensagens para celular, email, mensageiro instantâneo, blog, flog, twiter... Portanto, esta não seria uma desculpa cabível. É válido aproveitar toda essa gama de tecnologias para um bem útil e comum. E estou retirando da melhor maneira possível todo esse espectro informacional. E dentre muitas, fazer amizades virtuais é uma das mais prazerosas. É indescritível a sensação de ser retribuído mesmo não conhecendo efetivamente quem está do lado oposto. É uma questão de paradigmas: verdadeiros amigos não são escolhidos por estética, mas por atitudes, por personalidade. Há outro fator: concorrência. Somos animais (racionais, claro!), mas defendemos instintivamente o meio que nos circunda. Partindo desse marco intuitivo, a presença física no início de uma amizade, a depender profundamente do contexto, pode interferir negativamente ou positivamente no processo de amadurecimento. E com isso, o valor de uma amizade virtual é, pra mim, algo excepcional! Fico a imaginar algum dia encontrar os amigos que fiz pela internet. São muitos! Muitos mesmo! E dos mais variados lugares: dos quatro cantos do Brasil e até do exterior. Creio que estes sejam mais difíceis haver um encontro, mas tudo é possível, o impossível apenas demora mais. Sinto-me super bem quando me deparo com amigos logo cedo no MSN. É uma forma gostosa de começar o dia, sabendo que você modifica o cotidiano de alguém. E claro, se permite ser modificado! E essa interação prossegue no decorrer do dia, compartilhando experiências, dividindo tristezas e multiplicando alegrias, recebendo emails, mensagens SMS, scraps... Métodos de interação são o que nem falta. E o bom de tudo é saber que, mesmo sem contato físico, sem interesses estéticos, nem financeiros, nem sociais, você pode contar com aquela é pessoa que mora distante, mas que está sempre pertinho, de alma e coração. A virtualidade explorada de forma saudável só proporciona benefícios, e cabe a cada integrante deste incontestável mundo onde se mescla o sagrado e o profano, fazer por onde as amizades valerem à pena, independe se virtuais ou não, pois o que é pra ser feito, vale a pena ser BEM feito.


Texto e foto: Thiago Maia
Mais fotos em: www.flickr.com/thyagumayah

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Tempo


Aviso desde já que não gostei do que escrevi. Muito monótono, repetitivo, sem expressão alguma. Mas não consigo ficar sem atualizar esse bendito blog.


Tempo


Dizem que tudo na vida é relativo. Creio que o tempo é a pré-disposição que mais se enquadra a esta suposição. O que é o tempo pra quem acaba de nascer? Muito interessante, no mínimo. Uma “longa” temporada nesse lamentável mundo de dementes. E o que seria o tempo pra um idoso? Depende. A que tempo se refere? Passado? Futuro? Presente... O tempo é algo que escapa da tua mão facilmente ou exacerba teu cotidiano e entedia tua vida. O que fazer? Dosar seria uma boa alternativa. Mas como? Há meses eu tinha tempo disponível pra fazer o que desse na cuca: viajar, fotografar, escrever com maior freqüência, sair com amigos, navegar na internet, andar pela rua sem muito propósito, jogar conversa fora, visitar mais assiduamente os blogs dos meus amigos [risos], caminhar na orla, tomar banho no “Velho Chico”, dentre tantas outras coisas. E de repente tudo muda. Água para o vinho? Talvez. Mas essa ocasião já era esperada e, portanto, o tempo deveria ser aliado. Mas parece que o tempo exauriu sua visão panorâmica para mim e me apresentou sua face perspicácia e avassaladora. Mas tudo bem, eu aprendo a conviver com isso, afinal, é depois das grandes tempestades que a terra está preparada para fecundar. Meu tempo está tão corrido que até esse texto foi começado, recomeçado, re-recomeçado... Espero terminar ele hoje ainda... Estou utilizando aquelas aulas chatas³ da universidade, em que as professoras são metidas a doutoras e não ensinam coisa com coisa. Voltando ao tempo... Fiquei HIPER FELIZ hoje, pois recebi uma carta que a TEMPOS estava esperando! Tempo e distância estão bem relacionados. Lendo a carta, quero que o tempo passe logo para que eu possa realizar meus desejos rabiiscados. Mas também não posso deixar de viver o presente, pois este servirá de base para um futuro próspero. Tem tempo que não vejo meus pais, tem tempo que não saio com amigos, tempo que só dedico a estudos... Tempo... É aquilo que te faz acordar cedo e dormir tarde, pois ele é curto e precisa ser aproveitado em todos os aspectos. Ou é aquele que te faz acordar meio-dia e ainda dormir a tarde toda, depois de almoçar, pois não há nada a fazer. E já fiz tanta coisa hoje e o bendito tempo não passa, ainda são 16h53min. Quando eu estiver em casa, ai o tempo voa, pois há tanto o que estudar que me perco rapidinho no horário. Mas vamos que vamos... Mas já fiz tanta coisa nessa vida e ainda tenho 22 anos! Fico contente por isso [risos]! Tenho muito tempo ainda para AMAR, estudar, AMAR, trabalhar, fazer amigos, viajar, usufruir de tanta coisa boa que a vida tem a oferecer, AMAR, ter filhos, construir uma família... Mas deixa eu parar de refletir sobre isso, pois meu tempo está esgotando...



Texto e foto: Thiago Maia
Mais fotos em: www.flickr.com/thyagumayah

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Misticismo influente



Misticismo influente


Pouco se dá atenção aos costumes e ao misticismo proveniente de uma miscigenação tão diversificada quanto a brasileira. A influência das crenças ao longo da colonização, aliada às modificações ocorridas durante a permanência dos estrangeiros na sociedade, acarretou uma mudança nos parâmetros que distinguem a fé dos fatos reais e, consequentemente, uma reformulação de aspectos importantes para a manutenção do equilíbrio sócio-ambiental. Em minha breve passagem como acadêmico da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), realizei uma produção científica para comprovar a relação entre a religiosidade e alguns problemas ambientais. Através do auxílio do professor Fábio Nunes, juntamente com a equipe de sala, analisamos a freqüente ocorrência de queimadas nas serras de Jacobina – Bahia. Relevo, clima e vegetação propícios a problemas de ordem natural, faltava somente descobrir a origem efetiva de boa parte dos incêndios. Ao final de uma pesquisa detalhada, que durou cerca de 4 meses, chegamos a seguinte conclusão: cerca de 82% das queimadas eram provenientes de rituais religiosos (“macumba”, candomblé...). A explicação foi: “pais de santo” recebiam “trabalhos” e quando estes eram realizados, o “pai” teria que fazer uma reza e oferecer alimentos e calor aos deuses exaltados. Este calor seria derivado de velas, e estas seriam o estopim para a iniciação dos incêndios, já que os “despachos” ficariam ao sopé. Essa produção acadêmica gerou a maior repercussão, mas a ciência teria que dar sua contribuição ao combate desses males ao ambiente. Outro fato interessante assisti a poucos dias em um telejornal. Dezenas de botos foram encontrados nos rios amazônicos. Razão: os ribeirinhos têm a crença de que o olho esquerdo do animal é um amuleto e traz muita sorte, felicidade, saúde, paz... A repórter chegou a perguntar a um rapaz o que ele queria obter com aquele “amuleto”. Ele respondeu: - Uma mulher! O interessante é que ele é tão competente que necessita sacrificar um animal que está em extinção para tal proeza... O misticismo, a crença, a fé, precisam ter limites e ser moderados. Não se pode sair exercendo atividades oriundas do fanatismo e prejudicar o ecossistema em que estamos. Tais problemas proporcionarão mais problemas e concomitantemente surgirão mais crenças que servidão de pretexto para a proliferação desse conceito. Paulatinamente, é fundamental uma conscientização mais eficaz do modo de vida dessas pessoas, com o propósito de evitar mais transtornos de ordem local, mas que se persistirem, irão afetar um grande conglomerado de seres, gerando uma reação em cadeia de magnitude irreversível. E em momento algum fui de encontro a alguma forma religiosa. Respeito todas as linhas de pensamento, mas não sou obrigado a concordar com elas. Há um desprezo sim, pelas atitudes que denigrem o fator biótico em função de um espiritualismo inconseqüente e dinamizador de um padrão de vida arcaico e incompreensivo.


Texto e foto: Thiago Maia
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Olhei pra baixo... Olhei pra dentro...



Olhei pra baixo... Olhei pra dentro...


Ai de repente senti aquela fome, natural quando são 18hs. Peguei uns trocados e fui tomar uma sopa, ali no restaurante popular. Sopa muito boa, nutritiva que só vendo, e barata, apenas 50 centavos, e com a compania de uns pãezinhos, fica perfeita! Chamei um amigo, o Danilo “Boy” e nos mandamos pra lá. Conversa vai e vem, e chegamos à bilheteria e a surpresa: tinha acabado a bendita sopinha! Poxa vida, logo hoje?! Eu tinha acabado de chegar da faculdade, o Boy, do trabalho, e aquela seria uma boa refeição! Enfim, se nem tinha mais, lamentar é algo que nem iria surgir efeito. Voltamos pra casa. Ficamos no primeiro andar, conversando, falando sobre a vida alheia [coisas boas, claro...], falando sobre festas, estudos, trabalho... E olhamos pra baixo e vemos uma cena lamentável: um homem revirando o lixo de uma lata e comendo o que encontrava. Aquilo foi mesmo que ter jogado um balde de água gelada na minha cabeça, lá do segundo andar... Fiquei a pensar um milhão de coisas: quem era aquele rapaz, o que ele fazia, onde ele mora [se é que mora em algum lugar], se tem família... E o pior: ele morrendo de fome em frente de uma instituição pública de alimentos e sem um trocado furado no bolso. Lamentei. Coloquei-me naquela situação, sujo, com fome, sede, sem dinheiro, sem moradia, supostamente sem família e sem fundamentos básicos que o impulsionasse a viver de forma digna. Fiquei refletindo que tipo de democracia vivemos, onde muitos ganham uma mixaria e poucos ganham um absurdo! Fiquei lembrando fatos decorrentes do dia a dia onde mostram milhões de reais sendo desviados dos cofres públicos por pessoas que teriam que preservar nossa dignidade diante do Estado. Tantos atos secretos que só fazem a mordomia dos governantes e tantos atos libertos como esse, que ferem o olhar, que fere a mente de forma irreparável. Não adianta paliativos, não se faz por onde haver uma migração de valores sórdidos, hipócritas, que são relativamente dispensáveis ao ponto de vista de uma sociedade justa [que nunca haverá], a fim de que seja posta em prática uma verdadeira mão de obra è favor da população, de modo geral. Ou há uma boa reviravolta nesse modo de administração da nação, ou veremos cenas desse estilo por um período indeterminado. Infelizmente! Fiquei a observar aquele indivíduo revirando a lata, catando algum pedaço de biscoito ou pão, correndo o risco de contrair alguma doença ou se acidentar. Ao olhar para baixo olhei para dentro de mim, e passei a ver, literalmente, o mundo com outros olhos... Com certeza meu ponto de vista mudou, e muito, a partir das 18hs do dia 6 de agosto de 2009.


Texto e foto: Thiago Maia
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dia de mudanças


Dia de mudanças


Hoje é um dia muito importante na minha vida, como um todo. Um dia na qual se inicia uma nova etapa, mais uma que pretendo superar da melhor maneira e com o melhor desempenho possível; universidade! Estou feliz! Muito feliz! Principalmente pelo que ocorreu comigo nos últimos três anos. Muita mudança prevaleceu nesse período, que se iniciou quando, no dia do meu aniversário, eu bati o carro. Pois é. Dizem que existem males que vem para o bem, e creio cegamente nessa afirmação. Passei por mal bocados quando fiz 19 anos e tive que me empenhar de outra forma para superar minhas dificuldades e fazer com que meus pais retomassem a minha confiança plena [não pense em drogas, apenas ‘fiquei mal na foto’ com eles, depois da batida]. Mas aqui estou... Resolvi então fazer por onde retribuir da melhor maneira o bem estar que eles me proporcionam e fui cursar Geografia a UNEB [Universidade do Estado da Bahia]. Fiquei cursando por 3 períodos, foi quando apareceu a oportunidade de fazer curso técnico de eletromecânica, pelo SENAI. Conclui o curso. Pretendia continuar na empresa que fiz o estágio, mas a bendita crise mundial afetou o ramo aurífero de cheio e tivemos que ser dispensados. Não tive alternativa a não ser retornar ao mundo acadêmico, prestando outro vestibular. Passei em Nutrição, Pedagogia... Mas não foi o suficiente. Queria mais, queria Federal, queria Engenharia... Mudanças... Mudanças de casa, cidade, estado. Isso mesmo. Mudei de estado. Sou de Jacobina, Bahia, mas estou morando agora em Petrolina, Pernambuco. Certo que é perto, 240 km, mas é uma mudança bem complicadinha, visto que de uma só vez veio eu e minha irmã. Pra quem passou 21 anos com os filhos do lado, sair os dois filhos de casa de uma só vez deve ser muito chato para os pais. Mas eles entendem esse sacrifício, é para um bem comum. A busca desse futuro começou no início deste ano, quando me mudei. Fui fazer curso pré vestibular, coisa mais chata, sem graça, mas que é fundamental. Prestei vestibular pra Engenharia Agrícola e Ambiental na UNIVASF [Universidade Federal do Vale do São Francisco] e passei. Meu pai estava aqui conosco quando recebi o resultado e chorou de felicidade. Também, pudera, tanto esforço teria que ser recompensado. E faço de tudo pra que eles sintam esse orgulho de mim, nada mais justo. É o mínimo que posso fazer por tudo que eles fazem pra mim [e minha irmã, que as aulas começam hoje, Fisioterapia na UPE – Universidade de Pernambuco]. E hoje é o dia da mudança, ou melhor, da conclusão da mudança. Esta começou a 3 anos e se encerra hoje, para que renove e possa me trazer mais alegrias. Passaram-se bem mais acontecimentos nesses anos, porém não são relevantes, no momento. Hoje, 14hs, minha vida terá uma nova fase, e dessa vez irei até o final, que são 5 anos e estudos para que eu possa ter uma vida profissional estável e promissora. E já estou preparado, desde quando bati o pé e decidi o que eu quero. Amolei a coragem, abasteci a força de vontade, lustrei a auto-estima, retoquei os paradigmas e só falta mesmo colocar a roupa de gladiador e partir pro ataque,

pois lá entram os bons e só saem os

melhores, e não passa em hipótese

alguma por minha cabeça não ser um

grande conquistador do meu mundo.


Texto e foto: Thiago Maia
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