sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A história de um amor


Amanheceu, havia um ar gélido e o clima estava propício para uma boa caminhada ao longo do bosque. Os pássaros esvoaçavam ao longo dos primeiros raios de sol, cantando a felicidade de mais um dia de vida. Havia um lago onde sua água era límpida e serena como o olhar de uma criança, contrapondo, havia uma leve neblina que cobria toda a vastidão do mesmo, e adentrava na mata densa ao horizonte, deixando uma sensação de mistério, de enigma. Tirou a manta e a colocou sobre a grama ainda molhada com o orvalho da noite.

A manta logo se acomodou, juntamente com a mochila, que estava carregada de inutilidades: chaveiro, embalagens de balas, papéis antigos com anotações sem nexo, canetas sem tinta, um cachecol fora de moda, umas luvas de pares distintos... Em meio a tanta coisa, havia um livro, um livro que tinha visto na prateleira da biblioteca do colégio. Interessou-se pela capa do mesmo, intitulada “A história de um amor”. Como é algo peculiar, resolveu ver como era aquela história, como ela havia nascido e como ela estava vivendo...

Deitou-se ao longo da manta macia que estava ao pé de uma árvore imponente, uma das que mais chamavam atenção no bosque. Abriu o livro e começou a ler e refletir cada estrofe, cada pedaço do texto que mais se aproximava com a sua vida. Indagava pensamentos, discutia sozinho o que poderia ser mais interessante para o fim da história, ou o decorrer dela, anotava em um diário cada frase mais marcante, mais bonita, mais apaixonada... E assim foi lendo cada página, e ao longo do céu meio nublado, os raios de sol aqueciam um pouco daquela manhã que prometia ser interessante.

A empolgação era veemente, a tal ponto de que o jovem não sentiu a aproximação de um senhor, cabelos brancos, bengala na mão, olhar baixo, pele enrugada, marcas de uma longa vida cheia de lições vividas e presenciadas. O senhor quis saber o que o jovem estava a ler, e ele respondeu que era um livro que contava a história de um amor. O senhor então perguntou se ele tinha um amor pra viver, e foi logo tirando os sapatos desgastados de árduas caminhadas e se sentando ao lado do rapaz, que se sentou também, oferecendo um cafezinho que havia em um velho quente-frio dentro de sua mochila.

O senhor aceitou, e acendeu um charuto, que ficou a baforar uma fumaça fervorosa, que se misturava com a umidade do ar e ia criando imagens que cada um distinguia de um jeito. Ofereceu ao jovem, mas este preferiu ficar só observando mesmo, mas não se importou com o cheiro, até porque aquele tinha um odor diferenciado, chegando a ser gostoso, a certo ponto. O jovem começou, a pedido do senhor, a comentar o que ele já tinha lido. Ele falou que o amor é algo difícil de ser vivido, mas que valeria a pena sim, quando realmente o casal quer, o universo conspira a favor e tudo vai se ajeitando de tal forma que não haja mais nada que possa impedir a felicidade de ambos.

Essa felicidade é cotidiana, leva e trás a paz, o amor, a paixão, o respeito. E o respeito é o pai de todo um relacionamento. É dele que vem a fidelidade, a confiança, o carinho verdadeiro, o afeto, a vontade de cuidar incondicionalmente do próximo, do companheiro, do seu amor... Tem que haver uma reciprocidade, aquela que cativa e faz por onde haver uma alma só, única, habitando dois corpos. E o senhor deu mais umas baforadas e mandou o jovem prosseguir. O jovem, empolgado com a situação [e surpreso, ao mesmo tempo, por está tão à vontade com alguém que nem conhecia] prosseguiu seus pensamentos.

Contou para o senhor que havia conhecido uma garota, morena, cabelos encaracolados, olhos verdes, sorriso cativante, que possuía um cheiro que deixaria a mais bela das primaveras morrendo de inveja. Assumiu que tinha sentido um amor incondicional por ela desde o primeiro contato, e que aquilo, acima de tudo, era recíproco e que estavam a viver em um mundo encantado, tudo acontecendo na mais gostosa das simplicidades, do jeito que muita gente sonhava e poucos tinham o privilégio de viver.

O jovem perguntou ao senhor se ele era casado. O senhor ficou quieto, seu olhar proferiu um eloquente sentimento, extrapolou os campos dos pensamentos e passou ao campo das expressões. Suas pálpebras se encolheram, ele fitou o jovem e com um singelo tapinha nas costas, disse: - Meu filho, o amor já habitou esse meu coração, inúmeras vezes. Na vida, ao contrário do que dizem por aí, é possível amar mais de uma vez. Basta que você se permita a isso, basta que você renove seu ser a cada manhã, do mesmo jeito que esses pássaros acordam e cantam, agradecendo mais um momento de vida nesse mundo.

É um propósito de Deus, amar, e é preciso abdicar de certas coisas em prol de outras; eis aí um grande diferencial de muitos casais que dão certo e que não dão certo: não põem na balança se vale a pena substituir certas coisas, certas rotinas e atitudes, em prol do amor que sentem. O jovem ficou a observar aquele olhar profundo que o senhor o lançava, mas que na verdade não tinha foco, era apenas um ponto no infinito que ele usava como conforto para lembrar-se de tudo o que havia passado em sua longínqua vida.

Para que o amor flua com toda a força que ele necessita, é preciso fazer algo: é preciso que você exorcize todos os seus medos, todos os seus anseios e pontos frágeis que surgiram no passado e que, involuntariamente você os carrega no decorrer dos seus dias, das suas relações, dos seus sentimentos, disse o senhor. É preciso se libertar dos males que prejudicam uma boa relação. Esses males servem de exemplo, de lição de vida, mas têm que ficar no passado, não podem interferir no atual relacionamento. Quando isso acontece, algo está errado e é preciso ser consertado a tempo, pra que haja uma perfeita sincronia entre o casal.

Liberte-se, meu jovem, e seja completamente feliz ao lado de quem você ama! Deus lhe deu a dádiva da vida, deu a oportunidade de você acordar todo dia e ter alguém que te ame com todas as forças possíveis, que te protegerá, que te ajudará a trilhar os melhores caminhos, sempre! O senhor pegou a mão do jovem, abriu-a, e deixou um presente sobre ela. A mão foi fechada e esse segredo foi compartilhado somente entre os dois, e só poderia ser entregue pra mulher dos olhos verdes e sorriso apaixonante em um momento certo, e que não demoraria a acontecer. A paciência é uma dádiva dos sábios.

Logo após isso, o senhor se levantou, e seu charuto tinha terminado. Calçou seus sapatos proporcionais à sua vida, levantou-se, admirou os raios de sol que penetravam na limpidez da água calma do lago, pegou sua bengala, se despediu do jovem e partiu em retirada, caminhando lentamente, sem pressa, como se nada no mundo fosse acontecer por tão cedo. O jovem foi guardar o seu livro naquela mochila surrada, e ao olhar novamente para o caminho percorrido pelo senhor, não o viu mais.

Espantado, levantou e seguiu-o... Mas sem sucesso, o havia perdido de vista. Nunca mais o jovem viu o senhor. Ele retornou pra onde sua manta estava, a enrolou, colocou na mochila, olhou no relógio e já era 7:40h. Tinha que ir, tinha que encontrar a mulher da sua vida e fazer por onde os ensinamentos daquele misterioso senhor, que apareceu do nada e do mesmo jeito se foi.


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Acordar...



Acordar e sentir o cheiro da mulher da sua vida na gola da sua blusa da noite anterior... Ou no travesseiro, lençol, corpo... Sentir a fragrância, o enigma que trás a cada inspiração, o prazer da viagem que esse segundo onde o seu cheiro assola, invade, extrapola meus pulmões e me deixa louco de uma vontade...

Acordar e saber que tem alguém, em especial, que deseja seu bem com todas as suas forças... Saber que pode contar com aquela pessoa em qualquer momento da sua vida, saber que pode seguir em frente que tem alguém que te quer ver feliz, próspero, sempre sonhando e os pondo em prática, juntos, único e exclusivamente, juntos...

Acordar e saber das dificuldades, e saber mais ainda de que, quando você precisar, só é estender a mão que a mulher da sua vida estará lá, auxiliando em todos os momentos, felizes ou não... E isso independe, pois quando a reciproca é verdadeira, o amor faz por onde escrever certos por linhas tortas, que, como diria a frase, se não fossem tão tortas as nossas linhas, elas não teriam se encontrado... Isso me deixa em uma felicidade inimaginável...

Acordar e ler uma mensagem no celular, ler um email bonito, receber uma ligação surpresa... Acordar e correr pra te ver no nosso encontro matinal, que se pudesse ser descrito seria algo tão grandiosos que seria um texto só pra ele... Mas adianto desde já que ficar esperando Pedacinho dobrar a esquina trazendo a mulher da minha vida para meus braços é de uma força maior do que eu possa estimar, é uma ansiedade perfeitamente gostosa de ser vivida...

Acordar e agradecer a papai do céu por mais um dia de vida, e agradecer por viver esse dia ao lado de uma pessoa especial, aquela que te faz sorrir, que te faz feliz, que te joga um olhar cor de esperança e que te concebe forças para o dia a dia... Aquela que se planeja uma vida em longo prazo e vive esse tempo no presente, porque esperar pra ser feliz é algo que incabível no nosso viver, que é ávido por um afeto desses que contagia a todos que nos circulam, e a todos que nos admiram, de perto ou de longe...

Acordar e ter quem amar de olhos fechados, e ser amado na mesma proporção, sem mais nem menos, porque tudo que é demais tende a sobrar, e o que sobra não é tão bom quanto se imagina... Esse amor que é tão simples, que vive de sorrisos espontâneos e olhares apaixonados, que “já tem o que quer pra chegar aonde vai”, e vai caminhando a passos largos, porque é se algo é pra ser bem feito, vale a pena ser bem feito, e não posso perder tempo com futilidades: amar-te me dá um prazer incontestável...

Acordar e sentir aquela felicidade avassaladora, em imaginar uma viagem deliciosa com a mulher que você quer pra toda uma vida... Conhecer um lugar a cada mês de namoro, do mesmo jeito que tem sido até agora, e que já há planos pra ser assim por muito tempo... Depois parar e olhar aquele mundo de fotografias e relembrar cada momento, rindo como se ele estivesse acabado de acontecer... É assim, sim! A felicidade já bateu na minha porta, e graças a Deus eu não estava no quintal, tentando colher trevos de quatro folhas; estive apto a te receber, Eve, da forma mais natural e mais apaixonante possível, e assim será por toda uma vida... Uma, sim, que “sua é minha vida desde o momento que o amor entrou no meu coração”...

Acordar e perceber que você não pode manipular o tempo, mas pode perfeitamente aproveitar ele da melhor maneira possível e com a melhor das companhias, que é aquela da morena tropicana de sorriso cativante, que possui uma essência prazerosa de ser vivida e compartilhada... E é com ela que eu quero passar o restante dos meus dias, é com ela que quero acordar e sentir aquele cheiro, aquele cheiro descrito lá nos primórdios desse manifesto de amor... É com ela que planejo cada passo dessa jornada, cada momento, cada passeio, cada saída que à priori seria normal, e se concretiza dessa forma, pois sabemos tirar o melhor proveito de cada instante que passamos juntos... E isso me cativa de uma forma enlouquecedora...

Acordar, sair na rua e ser perguntado sobre o que eu vou fazer hoje, e responder que irei fazer alguém feliz, alguém que me conquista apenas com um gesto, seja ele um sorriso, um olhar, um beijo, um abraço... E gritar alto e em bom tom, que eu encontrei a felicidade, sim, pois quem encontra uma mulher de verdade, encontra uma felicidade plena...

Simplesmente, EU TE AMO, Eve!




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eve de Maia


Por um longo momento fiquei pensando no que te falar... Fiquei a imaginar o que poderia tentar explicar, um pouco, que seja, esse nosso AMOR que é simplesmente contagiante... Mas não consegui! O silêncio, o olhar, já é capaz de expressar aquilo que estou a sentir por você (algo raro, único, sincero, puro... nosso!). Há uma sintonia tão perfeita conosco que eu fico a imaginar como isso é possível... MAKTUB, como diriam por ai... Sim, estava escrito, mas é preciso abrir a página e deixar a história fluir. E estou na sua vida pra abrir esse livro e construir, ao seu lado, essa nossa história.

História essa que em 5 meses já tem muito pano pra manga, já tem muito o que contar. Tantos risos, tantos momentos de alegrias nessas páginas iniciais, imaginem só quando o desenrolar do romance fizer por onde momentos ainda mais inesquecíveis. Tenho muito que agradecer a Papai do Céu. Agradeço diariamente a Ele poder ter você aqui, do meu lado, me ajudando a crescer, a conquistar meu (e que é seu também!) lugar ao sol! Agradeço a Ele por ter uma menina dedicada, sonhadora, simples, cativante (dentre outros milhares de adjetivos que posso te atribuir), agradeço a Ele por poder sentar contigo na nossa mesinha linda, rsrs, e começar, paulatinamente, a planejar aquele nosso futuro que tanto sonhamos!

EU QUERO! GÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓSTOOOO!

Agradeço diariamente a Ele por ter saúde, e por te dá saúde também, para que possamos seguir adiante, vivendo, curtindo, amando, desbravando esse mundo lindo de meu Deus, viajando muito e deixando aquele caminho de amor que todos irão dizer: Maia e Eve estiveram por aqui. FATO! “Pode ser? Tankilo?”

SIMPLESMENTE, EU TE AMO, MENINA! AMO SUA COMPANIA, AMO SEU JEITO DE SER, AMO SEU SORISSO, SEU OLHAR, SEU CARINHO, SEU CHEIRO, SEU TUDO... AMO! E ISSO É INCONDICIONAL!

Uma vez, conversando com uma senhora, ela me disse algo que eu carrego pra mim, como uma lição de vida. Ela disse que, quando eu fosse escolher alguém para viver o restante da minha vida, eu escolhesse não pela beleza, não pelo que ela tem de material, não pelo que ela é na sociedade... Porque isso simplesmente se acaba... Ela disse que era pra eu escolher a mulher que, ao sentar comigo durante uma tarde, eu sentisse paz com ela e, ao conversar seja lá o que for, esse papo durasse essa tarde e adentrasse a noite à fora... Na velhice, o que contará não é o sexo, o beijo... O que contará será o respeito, a confiança, a vontade maior de ficar um do lado do outro, naquela ajuda mútua, coisa que o dinheiro nem o status proporcionam.

E é isso que encontro em ti. Encontro a paz, a vontade de ser seu, de conversar o dia todo e emendar com o outro dia, e sempre temos o que conversar! E assim vai ser pra sempre, pode acreditar completamente nisso, do mesmo jeito que nós confiamos um no outro para qualquer que seja o assunto. Enfim, eu poderia escrever muito, muito mesmo, mas deixa que o que eu sinto por ti eu provo com atitudes, e grito bem alto, MESMO, o que eu quero, realmente:

VOCÊ PRA MIM POR TODA UMA VIDA! UM HIPER BEIJO PRA VOCÊ! SEU AFETO ME AFETOU, É FATO!

Quero dizer que te amo muito mais do que você pode imaginar que quero tanto seu bem, tanto mesmo, que te admiro, que te respeito que AMO sua companhia, que AMO a pessoa que você é, a MULHER que você é... Por tudo que fez, faz e fará! Quero está presente daqui pra frente em tudo o que você possa fazer nas coisas boas e ruins, simplesmente porque TE AMO.





sexta-feira, 11 de junho de 2010

A fada dos meus sonhos



A fada dos meus sonhos


E tive um sonho. Sonhei que estava exatamente onde eu sempre quis chegar. Dormi profundamente bem, tão exacerbadamente bem a ponto de desejar não acordar mais e até que o sonho se torne a maçã que conspirou Eva no paraíso. Intercalei muitos dos meus paradigmas nesse momento, nessa espécie de realidade dentro de outra realidade, e ambas dentro, só e somente só, do meu imaginário. Partilhei infinitos sorrisos e olhares e carícias em um intervalo de tempo tão indiscriminado que nem o mais embriagado dos deuses seria capaz de estimar. Os deuses sempre aparecem nos meus sonhos, assim como os duendes, os elfos, os anjos e as fadas. Isso, as fadas! Admito que é um privilégio sonhar com elas. Admito que ainda é algo surreal, subjetivo, indeterminado, mas que já tem os requisitos mínimos para que eu acorde numa bela manhã de segunda-feira e a tenha como a mais magnífica de todas as manhãs. Quão surpreso fico ao saber que existem pessoas que ainda acreditam em fadas. E ainda mais quando acreditam nos anjos, simultaneamente. Há uma magia imensa em conciliar o medo com o sonho, em manipular a vontade em prol dos sentimentos. Há uma esperança imensa predominante na cor verde, mas que eu prefiro acreditar na minoria e caracterizar a esperança como a cor morena, e provocante, e irresistível. Apaixonante, isso é fato! A essência dessa fada cativa pura e simplesmente pela personalidade que a acompanha. A ‘casca’, nesse caso, é apenas um mero expectador dessa encantadora forma de admiração. Uma admiração que, de longe, é linda, e de perto, parece estar muito mais longe... Essa fada não possui varinha mágica. Mas como assim? E como ela realizará suas proezas, seus encantos e suas magias? Esforço algum é necessário para isso. Ela apenas olha, ela apenas sorria, ela apenas conversa... É assim mesmo, simples como beijar na chuva ou ficar envergonhado com a primeira paquerinha. Mas é o simples que me prende, que me estimula, que me deixa à mercê da expectativa de tantos outros sonhos com a fada. Como havia dito, estou a escutar “Nando Reis”, e uso por cá as palavras por ele cantada: “...trocaria a eternidade por essa noite...”. Essa noite de 12 de junho. A fada dos meus sonhos pode modificar esse dia, e o transformar em um hiper dia, ou paralisar esse prazer e fazer com que ele se repita por um longo tempo. Estou esperando por esse momento. Estou esperando para que a fada dos meus sonhos se torne realidade. Estou a contar cada segundo para poder sonhar tudo de novo, para poder compartilhar todo esse momento que sempre quis viver, sentir, multiplicar... Quando a fada aparecer na minha frente, vestida de amor e carinho, e sem dúvidas, despida por completo de alma, pois esta é transparente e repleta de tudo o que há de bom, eu quero olhar naquelas pupilas dilatadas pela ansiedade, pela timidez, e dizer pra ela que me leve pra seu mundo, que não me deixe sozinho nesse lugar de tonalidades cinza. Quero o colorido do seu sorriso, quero o brilho do seu olhar, quero a alegria da tua presença. Vou lutar contra o despertador, lutar intensamente contra quem quiser me acordar, quem quiser espantar a fada dos meus sonhos. Vou fazer por onde ser merecedor das suas atenções, sejam elas de todos os âmbitos. Quero caminhar ao seu lado e ver o pôr do sol. Quero ver a lua cheia e te achar na profundidade dos seus mistérios. Quero escrever essas palavras bem lá nas estrelas, para quando eu te levar pra lá, você as ler, deitada sobre meu ombro e recebendo um imenso cafuné por dentre esses lindos cabelos... Não quero acordar, fada dos meus sonhos. Quero viver por muito tempo esse momento, mesmo sabendo que o pra sempre, sempre acaba, também. Mas como diria Willian Shakespeare: “Devagar: quanto mais rápido, mais tropeços”. A realidade que quero é a fada dos meus sonhos. O que vale não é quanto se vive, mas como se vive.


Texto e foto: Thiago Maia
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terça-feira, 8 de junho de 2010

O começo de tudo


O começo de tudo


Resolvi fotografar. Liguei para meu grande amigo Vinícius e marquei no mesmo lugar e horário de sempre: 14h na praça da igrejinha. Tarde ensolarada de uma pacata cidade interiorana, nada melhor do que reunir amigos e fazer o que gosta. O momento estaria mais propício pra apreciar um das dezenas de cachoeiras que cercam a “golden city”, mas a paixão pela fotografia falou mais alto. E lá saímos pelas ruas a andar, conversar, falar dos acontecimentos da semana, falar sobre futebol... E entre um bate papo e outro, vai e volta assunto e risos, e o dedo nervoso não para de clicar. Foto vai e vem, e mostra e apaga e tenta de novo e uma rua se completa, passando a existir no fantástico mundo virtual do congelamento de imagem. E surge a idéia: “vamos fotografar lá no asilo?” Ideia nada mais justa, visto que seria uma satisfação imensa registrar momentos tão delicados como os vividos pelos construtores do nosso presente. E convenhamos, não damos atenção alguma para a terceira idade, como é conhecida aquela fase acima dos 60 anos, tão cheia de experiências vividas e prontinhas para serem contadas e perpetuadas pelo longo do tempo. Fizemos uma gama de fotos tão interessantes que acabamos nos surpreendendo com o resultado; nossos amigos de fotoclube então lançaram a ideia de fazer uma exposição. Ótimo, uma exposição, nada melhor para divulgar o trabalho, que no fundo teria um caráter social de denúncia, de como nossos senhores e senhoras estavam sendo tratados. A exposição foi realizada no calçadão da cidade, em pleno meio de semana, movimento a pico, muitos elogios e a presença da imprensa fazendo uma ligeira cobertura do varal fotográfico, como é chamado aquele tipo de exposição. E no final de semana foi visto o resultado no jornal, uma das minhas fotos apresentada como a principal do evento e abaixo um texto invocando a participação mais assídua da nossa sociedade na qualidade de vida dos idosos. Gostei. Quer dizer, amei. Pra quem ia fazer aquilo por hobby, acabou sendo algo de extrema importância, tanto pessoalmente como socialmente.


E foi assim que minha paixão pela fotografia se ampliou! A fotografia revela tudo o que está subentendido na alma, ela deixa transparecer sentimentos em simples expressões e atitudes! E isso é inestimável.


Texto: Thiago Maia --- Foto: Vinicius Lima

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Sim, estou contente!


Sim, estou contente... Muito contente! Mais uma vez escrevo, escutando meu amigo inseparável, o Zeca Baleiro. A sensibilidade vem à tona quando essas melodias adentram nos ouvidos e sacodem a ordem, debilitam a razão, afloram emoções. Não foi fácil, de forma alguma, ver que o tempo dedicado, a atenção desprendida, foi embora em um ato, um ‘simples’ ato, banal, fútil, mesquinho, cafona... Sim, cafona, medíocre, PATÉTICO, como amplamente mencionado. Todo carinho e afeto foi posto em risco em uma fração de segundo, ou em um quarto de hora. Infelizmente... Era fulminante aquele olhar arrasado, proeminente, que nunca esperava atitudes delinqüentes e de caráter duvidoso. Peito apertado, dia e noite que custavam a passar, eternidades se resumiam a uma percepção simplista e massacrante, criatividade exposta, pensamentos rápido com a finalidade única e concreta: não posso deixar que isso acabe dessa forma! Não, não dessa vez, não sem lutar, não sem ser concebido pela glória da batalha, já que a vitória não vem sem esforço, e se vier, não é merecida. A busca pelo resgate dos valores é algo íntimo, determinante, que necessita de ATITUDE e de reciprocidade. Justo, reciprocidade. O erro pode ser pessoal, mas o acerto só vale a pena se for compartilhado, se for mediado por gostos e desejos, se for digno de uma ascensão progressiva e incessante. Prezo o diálogo, a troca de olhares, o sorriso, o jeito cativante, e até o sarcasmo (é, ele pode ser legal, afinal, tudo tem seu preço). Prezo a personalidade forte, e frágil ao mesmo tempo, mas não vulnerável, não manipulada. E que intrigante é que tudo se apresenta em uma só personagem. Sim, estou contente, muito contente! Aceito o desafio de vestir meu melhor sorriso e ganhar o mundo, simplesmente pra fazer por onde ter aquele apreço novamente. Lógico que de forma amena, lógico que as coisas não mudam da água pro vinho, mas prefiro acreditar que devagar se vai ao longe, mesmo que a intensidade do ato seja amenizada por detalhes cotidianos. Estou contente também por escutar verdades, nuas e cruas, verdades essas que tendem a lapidar uma persona que anda em constante aperfeiçoamento. Há males que vem para o bem, como já dizia o velho ditado! E aprendi com isso! Sei que isso tudo pode não fazer efeito algum, sei que pode não ter interesse, ler por ler, decifrar uma ordem de letras... Mas sei que bem coordenadas, essa decifração pode acarretar um momento especial. Não vou negar que anseio por ele, e não vou atirar pedra na cruz, de novo, pois isso seria a maior das atitudes consideradas levianas. Estou por cá para reaver um carisma que foi cultivado por um ‘longo’ período, para colocar os pontos nos is e proporcionar um momento que inibirá a memória desoladora de outrora. Não é fácil aceitar uma mudança de atitude, não é fácil mudar de opinião e fazer com que ela seja aderida pelo contexto. Mas também não é fácil imaginar ficar assim, distante, ou ao menos perder o carisma de que tanto era prezado. O papo leve, a forma de como conduz o momento, a arte de deixar boquiabertas as pessoas com um simples gesto, ou palavra... Enfim. Estou contente, muito contente, e quero que esse momento se multiplique, se expanda, faça cada dia ser mais vivido, ser mais intenso, ter motivos pra olhar pra trás e ver que foi válido à pena e olhar pra frente tendo certeza de que o mesmo acontecerá.



Texto e foto: Thiago Maia
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Você sabe pra quem escrevo




Petrolina, 26 de abril de 2010


Você sabe pra quem escrevo


Temo que as coisas não voltem a ser como antes. É insuportavelmente chato conviver com essa ideia, que a cada dia bate seu cartão e se torna efetivamente mais concreta. Recordo de tempos não tão distantes, tempos em que a noite e o dia irradiavam alegria e prazer, exalavam o perfume do amor e omitia o odor da indiferença.

Enfraquece-me a percepção de que sonhos tão intensamente planejados se dissipem, tornem-se apenas meros pensamentos superficiais que assolam um coração cansado de apanhar, mas que ainda bate em função de um outrem. Há um medo que pode ser considerado prematuro, mas que ao mesmo tempo rege a orquestra do desejo, vislumbrando sempre uma perfeita harmonia.

Muita coisa, ou TUDO, muda, isso é fato, e irremediável. Tais mudanças seguem a sina do melhor ou do pior. Eis toda a questão: por que motivo a opção do pior prevalece sobre uma história tão bela? Ou será que bela era a ilusão na qual partilhamos durante todo esse ‘glorioso’ tempo?

Olha só aquela estrela lá no céu... Será que tem alguém morando nela? Será que ela aceitaria dois inquilinos em lua de mel? SIM, aceitaria! Basta que as coisas aqui por baixo se resolvam da melhor maneira possível. Tentarei fazer a minha parte [se é que existem partes distintas em pensamentos tão únicos e fumegantes].

Não deixemos que essa chama seja apagada com um simples assopro... Façamos que ela seja atiçada, como uma fogueira que queima ardentemente, fazendo com que os malefícios e transtornos passados se extingam e que das cinzas ressurja o amor, como a Fênix, esbaldando a felicidade, transparecendo o vigor da maturidade requerida para tal momento.

Primo que em breve as coisas retornarão aos seus devidos lugares, onde, por sinal, nunca deveriam ter saído. Enquanto esse momento não é desfrutado, fico aqui, cultivando esperanças de que retomemos aquelas longas e sorridentes conversas que tanto deixavam meus dias, e noites, mais cativantes!

Enfim, temo que as coisas não voltem a ser como antes... Mas também sei que um rabisco não é apagado facilmente dos pergaminhos da minha existência...


Texto e foto: Thiago Maia

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quem procura, acha.



Não era necessariamente o que eu queria escutar. Existem perguntas que têm capacidade mórbida de estragar qualquer pensamento, por mais alto que ele esteja. Quando dizem por aí que quem procura acha, não é porque conceituaram a frase como um doce ‘rima’; palavrinhas curtas que têm um significado extremo, uma benevolência extinta, que com certeza adentra teu mais profundo imaginário. Gosto de suposições. É o poder da escolha que vai decidir pra onde apontar o leme. “Por que treinar tanto, se não sabemos a jogada do adversário?” Assisti a um filme ontem chamado “Não por acaso”, onde ouvi essa frase que me fez refletir um pouco sobre muito do que tenho que fazer. Uma atitude bem tomada não é uma atitude previamente planejada, é apenas aquela atitude na qual seja conveniente para o momento. E tais atitudes terão suas conseqüências, onde elas quase sempre não agradarão ao interlocutor. E foi o caso. Hoje meu dia poderia ter sido como os outros tantos em que dormirei tranquilamente, almejando loucamente absurdamente urgentemente sua possa da minha pessoa... Mas não. Não posso colocar o chapéu onde meu braço não alcança. Hoje irei dormir com uma peça a menos nos meus pensamentos. Talvez essa peça se regenere rapidamente, talvez ela não se regenere. Estou a escutar Zeca Baleiro, da mesma forma que escrevo quando algo me deixa triste. Não, Zeca não merece tal tributo, mas é que as letras deixam meus pensamentos vagando nesses 10% de massa cinzenta que aproveitamos. Enfim, eu não estou legal, realmente, e queria escrever sobre isso. Mas é tudo que consegui. Perdão, leitores... A parte mais produtiva do amor é precisamente a parte que nos magoa.



[um pedaço do rabiiisco foi apagado nessa noite

de calor intenso nesse interior do sertão baiano]



Esborço de texto e foto: Thiago Maia

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Anjo bom




Também não sei muito o que fazer. Fico a imaginar como será o nosso encontro. Mais uma vez fico a maquinar, a articular cada momento que desejo freneticamente desde sempre. Já coloquei tudo certinho no tabuleiro e com certeza o xeque-mate está sendo concretizado. Enquanto não posso te abraçar, fico aqui dentro do carro, escutando o som que se propaga através de um velho toca fitas, escrevendo esse trecho de um pensamento que se tornou tão presente no meu cotidiano que nem sei mais distinguir o rabisco do rabiscado. Apoiado ao volante, observando a lua crescente me paquerar e ir se esconder atrás das montanhas, criando um jogo de amor e desejos, fico a implorar sua presença, aqui, sentada ao meu lado e fazer inveja ao luar. O brilho do teu olhar cativante se misturaria com o brilho irradiado das constelações mais distantes. E começa a tocar Cazuza... Codinome beija-flor. PERFEITO seria escutar uma coletânea de músicas apaixonantes enquanto te beijasse, desfrutando cada pedacinho desses lábios de beleza exponencial, acentuados pela paixão inestimável que tenho por esse furinho no queixo... Como te quero comigo... Não, não é amor de carnaval! É pra valer, é pra sentir, é pra ser vivido, cantado e contado, é pra ser eterno, mesmo que seja enquanto dure. Batalharei dia após dia para passar o final dos que me restam ao seu lado. E com fé em Deus, conseguirei.

p.s.: 22 de janeiro de 2010, 22h 43 min... e começa a chover... interessante como as coisas acontecem... ‘a mulher que eu amo’ começa a ser tocada... é muita coisa que ocorre quando escrevo pra ti...


Texto: Thiago Maia
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Eu quero


Vou sair por aí... Quero conhecer o mundo e desfrutar de tudo o que ele proporciona de útil e agradável. Irei fotografar cada pedacinho do meu dia a dia, adentrar aos detalhes mais obscuros e fazer destes a importância da observação futura. Tenho que correr contra esse bendito tempo que idolatramos e que nos amedronta, simultaneamente. Tenho amigos, e com estes quero viajar, conhecer lugares, pessoas, costumes, crenças, e respeitar todos como se fosse a minha origem. Sei que em muitos momentos estarei incapaz de fazer o que quero, ou o que gosto, mas esse é uma cláusula da vida e tenho que assinar embaixo e não reclamar das oportunidades que tenho. Paulatinamente irei construindo laços de amizades por esse mundão de meu Deus, mundo este que está precisando de um F1 para que as coisas se ajustem da melhor maneira possível. Sim, sei que amizades vão, outras vêm, mas independe disso, minha felicidade será multiplicada e as dores, compartilhadas. Quero acordar em um quarto de pousada, gritar bem alto minha felicidade e convidar minha galera a ganhar o mundo. Quero caminhar por 3 horas seguidas, rindo, fotografando, refletindo, e chegar a uma cachoeira onde um banho vale mais do que qualquer coisa na vida. “Com certeza, você já se banhou na queda de uma cachoeira, sentindo a sensação, da sua alma sendo purificada por inteira...”. Pois bem, esse trecho de música é excepcional! Aconselho: se nunca se banhou na queda de uma cachoeira, está perdendo a chance de sentir algo inexplicável, algo que te impregna na sua memória e persegue você pelo resto da sua vida. Perseguição dessas que não te importuna na noite, ao contrário, que te estimulará a querer mais e mais. Quero sim, claro! Por que não? Oxente, ó pai ó, ou achas que não? Quero e vou conquistar o mundo, o meu mundo, e depois escorregar nas pedras do Ribeirão do meio e cair de cara na água deliciosa dessa cachoeira. Sim, teremos recordações, amigos estarão fotografando todos os momentos, de distintos ângulos. E quero mais ainda alguém aqui, ao meu lado, para fazer tudo isso e muito mais. Quero, já tenho, mas não presencialmente. E isso tem que mudar. Sei que não depende diretamente da minha pessoa, mas com fé eu Deus e na pomba do Divino Espírito Santo, ei de encontrá-la. E viveremos tão tão tão felizes que nem a mais profana das maldades será capaz de se meter a besta em nossa vida. Nossa, singular. Quando estivermos juntos, será um só corpo, uma só alma, um compartilhamento de desejos e realizações. Quero sim, quero e terei. Terei uma gama de personagens fúteis, terei uma gama de pessoas que nem chegaram em minha vida, mas que já são importantes, terei outra gama que entraram em meu ser como uma sangue doado, não importando o fator, apenas ministrando sua característica e realizando sua missão nesse mundo meio louco. Pare o mundo que eu quero descer. E de preferência ali, na Chapada Diamantina, na minha querida e apaixonante Bahia de todos os santos. Pare, pare mesmo e iremos conhecer o que se tem a oferecer nessa terra de gente bonita. E aviso desde já: não me culpe se não quiseres ir mais embora, isso o seguro do passeio não é responsável! E você corre sério risco de vir e não querer mais sair. A Bahia é linda, tudo é lindo... Enfim, quero... Quero que muita coisa mude, e que muitas permaneçam da mesma forma. Quero que eu me encontre com o Rabisco da minha VIDA, quero manter minha força de vontade acadêmica, quero que Papai do Céu dê muita saúde e paz a minha família e amigos... Só nem quero que as coisas saiam do meu olhar, como a água sairia de um punho fechado. E se saírem do olhar, que eu tenha uma reflex para capturar cada momento, não deixando que coisas bobas atrapalhem minha vida. Nada a reclamar. Sei que eu quero!




Texto e foto: Thiago Maia
Mais fotos em: www.flickr.com/thyagumayah